VARIEDADES
Variedades de uvas produzidas na fazenda
A uva de mesa é o foco principal da viticultura do Vale, reunindo pequenos, médios e grandes produtores. A região se firmou como o polo produtor e exportador de uvas de mesa de alta qualidade, por meio do cultivo da uva ‘Itália’, que tem elevado padrão tecnológico. Antes do projeto, os produtores contavam apenas com as variedades comerciais sem semente, como Crimson Seedless, Thompson Seedless e Sugraone.
BENITAKA MELHORADA

A Uva Benitaka destaca-se pelo intenso desenvolvimento da coloração rosada escura, mesmo quando ainda imatura, em qualquer época do ano. Os cachos são grandes, com peso médio de aproximadamente 400g e bagas grandes (8 a 12 g). A polpa é crocante, com sabor neutro. Apresenta boa conservação pós-colheita. Estas características conferem à ‘Benitaka’ um lugar de destaque, sendo a uva de cor que mais vem despertando o interesse dos produtores nos últimos anos. Esta é uma planta caducifólia ou decídua, ou seja, que derruba todas as suas folhas em um determinado período todo ano. Sendo assim, dependendo da época do ano que comprar sua muda, ela chegará sem as folhas. Normalmente com plantas européias (maçãs, ameixas, pêras, uvas, etc.) o período sem folhas ocorre em média do final de janeiro até o final de agosto.
ITÁLIA

Em um parreiral comercial da cultivar Itália ('Bicane' x 'Moscatel de Hamburgo'), localizado no pólo Petrolina-PE/Juazeiro-BA, foi observada uma planta que se destacava por produzir cachos mais alongados, bagas com maiores diâmetros e sabor moscatel mais acentuado, sendo chamada também de 'Itália Melhorada'. Assim, foram retiradas gemas para propagação e notou-se que essas características passaram às plantas descendentes. O responsável pela identificação do clone é desconhecido, haja vista que, rapidamente diversos parreirais foram implantados com material obtido dessas plantas e hoje a cultivar está totalmente disseminada pelo Vale do São Francisco, nunca tendo sua comercialização formalizada. Posteriormente, a partir de vinhedos existentes na área da Estação Experimental da Embrapa Uva e Vinho, o material propagativo foi obtido, tendo sua introdução realizada na década de 90 em Telado do Laboratório da Virologia Vegetal. Posteriormente, a partir de estacas vegetativas, plantas foram formadas e submetidas ao tratamento térmico in vivo para remoção viral durante dois ciclos sequenciais de calor (totalizando 117 dias). Posteriormente a este processo, secções vegetais foram retiradas e estabelecidas in vivo.
vitóriA

A BRS Vitória é uma cultivar de uva de mesa sem semente, tem uma produtividade de 20 a 25 toneladas/ha com manejo conveniente, além de ser bem adaptada ao cultivo nas regiões tropicais onde foi testada. Apresenta alta fertilidade, normalmente com dois cachos por ramo. A uva tem bagas com cor preta, bom equilíbrio entre açúcar e acidez, o que lhe confere ótimo sabor aframboesado, com potencial de sólidos solúveis (brix) chegando a mais de 20. Tem bom comportamento em relação ao rachamento de bagas. É tolerante ao míldio, causado por Plasmopara vitícola. Seu peso médio é de 290 g e o tamanho natural da baga é de 17 mm x 19 mm. Seus cachos são levemente compactados.
red globe

Foi obtida por meio das seguintes hibridações: ('Hunisia' x 'Emperor') x ('Hunisia' x 'Emperor' x 'Nocera'). Devido à alta suscetibilidade ao cancro bacteriano (Xanthomonas campestris pv. viticola), as suas áreas de cultivo foram reduzidas drasticamente no Submédio do Vale do São Francisco. Suas plantas apresentam vigor de mediano a elevado, quando enxertada sobre o porta-enxerto IAC 572, exige poda mais longa (9 a 15 gemas/vara). Com manejo adequado, sua produtividade pode chegar a 50 t.ha-1.ano-1. Seus cachos são grandes, medianamente soltos, com excelente aspecto visual. As bagas são arredondadas, muito grandes (12 a 13 g), podendo alcançar diâmetros superiores a 25 mm, de coloração rosada, textura firme e sabor neutro. Dentre as principais vantagens desta cultivar, destacam-se a excelente conservação pós-colheita e a boa aderência das bagas ao pedicelo e, como desvantagens, a irregularidade de produtividade em safras consecutivas, sua elevada sensibilidade à desidratação da baga e do engaço, especialmente após o raleio de bagas e quando expostas diretamente à luz solar, e sua alta suscetibilidade ao cancro bacteriano.